sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Moção de Apoio aos Estudantes da UCS

Ao Estudantes da Universidade de Caxias do Sul 

O Diretório Acadêmico da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DAFF-UFRGS) manifesta seu apoio ao Diretório Acadêmico Gustavo Éboli de Farmácia (DAGEFAR), ao Diretório Central de Estudantes da Universidade de Caxias do Sul (DCE-UCS) e aos Estudantes de uma forma geral, no que diz respeito à luta pelo não aumento das mensalidades e à ocupação da reitoria da UCS. Compreendemos que todas as reivindicações apresentadas pelos Estudantes da UCS para desocupação da reitoria são justas e estritamente necessárias para a democracia dentro das universidades. No mesmo sentido, nossa posição é de que todo e qualquer aumento de custos financeiros aos Alunos deve ser suspenso até que os estudantes tenham participação democrática ampla e representativa assegurada nos mecanismos e orgãos de planejamento e tomada de decisões das universidades. O DAFF-UFRGS é solidário a estas causas dos Estudantes da UCS, torce pelo sucesso de suas lutas pacíficas e coloca-se à disposição para auxiliar com o que for possível. 

DAFF-UFRGS

Uma semana de luta

Os estudantes da UCS deram uma demonstração de força em 2008. Há oito dias, ocuparam o Galpão da UCS em uma vigília para tentar barrar o aumento das mensalidades. A ocupação é um ato extremo como também era extremo a falta de compromisso da Universidade para com as reivindicações dos acadêmicos. Durante um ano o DCE reuniu com a reitoria, tentou compor comissões e em nenhum momento essas discussões resultaram em avanços, muito antes pelo contrário, a Reitoria usou da sua gigantesca maioria nos conselhos para empurrar goela abaixo sua política.
Cansados dessa situação os estudantes protagonizaram um grande ato no dia 28 de outubro. A UCS parou no turno da noite. Uma manifestação, que chegou a mobilizar 2.000 estudantes, percorreu todos os blocos da universidade dialogando com os estudantes, que muitas vezes constrangidos pelos professores, continuavam em sala de aula. O resultado da mobilização foi o término das aulas no turno da noite e uma grande concentração na frente da reitoria, onde foi entregue um manifesto com as reivindicações dos estudantes.
Mas já sabíamos que a Reitoria não levaria a sério as reivindicações, portanto, foi necessária uma atitude mais extremada que foi a retomada do Galpão para uso dos estudantes e, nesse lugar, realizar uma vigília como forma de pressionar os conselheiros do Consuni (Conselho Universitário) e do Conselho Diretor.
A reunião do Consuni mostrou-se um jogo de cartas marcadas. Só foram apresentados os números que justificavam o aumento por pressão dos dois conselhos estudantis. Ao resto dos conselheiros coube o constrangedor papel de ficar em silêncio. Em um conselho composto majoritariamente por membros indicados pelo Reitor (21 dos 35) o resultado final já era esperado. Por 30 votos a 2 o reajuste de 7,04% seria enviado ao Conselho Diretor. O mais decepcionante foi a insensibilidade dos conselheiros para com as reivindicações. Pareceu que as aulas não foram interrompidas na noite anterior, pela ausência dos estudantes em sala.
No dia seguinte uma nova atitude da Reitoria nos deixou indignados. Os estudantes que estavam em vigília no Galpão da UCS foram surpreendidos pela Brigada Militar, um oficial de justiça e o advogado da UCS, que vieram com o objetivo de retirá-los do local. Foram dadas duas opções: sair de forma amigável, ou seria utilizada força. Outro ato que lembrou os anos de chumbo foi  a demissão, por perseguição política, do presidente do Diretório Regional de Estudantes de Canela, Felipe Bellé, bolsista da UCS Canela. Felipe e os demais colegas de Canela realizaram um ato contra o aumento, na quarta-feira (29/10). Se não bastasse o prédio da reitoria estava fechado para os estudantes desde terça-feira (28/10). Todas as janelas estavam com correntes e cadeados. Todas as portas trancadas, e na única entrada possível estava guardada por seguranças.
A atitude antidemocrática que a UCS tomou causou revolta. Indignados, um grupo de estudantes, em uma ação ousada, conseguiu entrar no prédio da reitoria e se alojar no Gabinete do Reitor, que não estava em Caxias do Sul. Para sair, as exigências dos alunos eram quatro: a readmissão do presidente do DRE, a abertura do prédio da reitoria para acesso aos estudantes, a retirada do processo de reintegração do Galpão e o acesso do DCE à reunião do Conselho Diretor. Com a chegada do Reitor e depois de muita negociação os ocupantes conseguiram o cumprimento integral das exigências. Foi vencida a tentativa de criminalização dos estudantes.
Para quem não estava ocupando o gabinete do reitor, o dia foi de bastante mobilização. Foram feitas muitas passagens em sala de aula, uma reunião almoço com os Diretórios Acadêmicos, no Galpão ocupado e a articulação de um ato para a reunião do Conselho Diretor, que aconteceria no final da tarde. Este ato, de forma criativa, demonstrou a indignação com os atos ditatoriais tomados pela UCS. Dezenas de estudantes realizaram o enterro da democracia na UCS, com direito a cortejo fúnebre pela universidade. 
Mas o Conselho Diretor mostrou-se indiferente às manifestações e aprovou um índice de 6% de reajuste. O reajuste é menor do que o proposto, abaixo da inflação, mas mesmo assim longe das expectativas dos acadêmicos.
A pauta econômica estava vencida. As mensalidades foram reajustadas. Cabia agora a mobilização para as outras reivindicações. Para isso foi constituída uma comissão com três integrantes dos estudantes e três da Reitoria. Durante todo o final de semana foram realizados debates e outras atividades de integração, transformando o Galpão novamente em um espaço de integração.
Agora chegamos ao momento de avaliar o processo todo. Não podemos dizer que foi extremamente vitorioso, mas também não foi uma derrota total. A força de mobilização dos estudantes mostrou a reitoria que ela não pode mais ignorar a nossa voz. Mostrou também que não toleraremos a criminalização do movimento estudantil, nem de qualquer outro movimento. Deixou evidente que o Consuni e o Conselho Diretor são conselhos que não representam anseios do conjunto da comunidade universitária.
O DCE e os DAs saem da vigília no Galpão da UCS e das manifestações com uma pauta que não esgota com o reajuste das mensalidades. Essa pauta contém prioritariamente, mas não somente:
- Construção da Casa do Estudante;
- Ampliação da Creche Universitária, principalmente para atendimento dos filhos e filhas das estudantes;
- Nova forma de gestão do Galpão da UCS com sua reabertura para as atividades dos DAs;
- Fim das perseguições às lideranças estudantis;
- Realização imediata do Congresso Estatuinte para a reforma dos Conselhos da UCS e FUCS;
- Ampliação da política de descontos nas mensalidades;
- Adequação da UCS a nova lei dos estágios;
- Elaboração de um plano de assistência estudantil com recursos próprios;
- Continuidade do grupo de discussão sobre inadimplentes;
- Revisão dos contratos do Seguro Educacional.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

DCE discutirá com os DAs o futuro da ocupação

Uma reunião que acontecerá amanhã, 5/11, às 18 horas discutirá os rumos da ocupação do Galpão da UCS. 

Há uma semana os estudantes ocuparam o Galpão para realizar uma vigília contra o aumento das mensalidades. Três atitudes, que lembraram os tempos da ditadura, tomadas pela UCS fizeram a ocupação se estender. Como a UCS tentou desocupar o Galpão com o uso da força (pedido de reitegração e o uso da polícia), demitiu o presidente de DRE de Canela (que liderou um ato na quarta-feira passada) e não permitia a entrada de estudantes no Bloco A, decidiu-se permanecer ocupando o local mesmo após a definição do índice de reajuste pelo Conselho Diretor da FUCS.

Nessa quarta feira os Diretórios Acadêmicos e o DCE discutirão o que fazer daqui para frente. Será feito um relato da primeira reunião da comissão de negociação e discutir um calendário de lutas para 2008 e 2009. Esse calendário deverá constar mobilização em prol da Casa do Estudante, da Creche Universitária, Congresso Estatuínte,  descontos para os cursos de licenciatura entre outros.

sábado, 1 de novembro de 2008

Repressão na UCS

Transcrevemos abaixo um e-mail enviado pelo vice-presidente do DRE (Diretório Regional de Estudantes) do Núcleo de Canela, Hermes Araújo. Nele ele faz um pequeno relato sobre o ato que aconteceu na quarta-feira e a ameaça de demissão que o presidente do DRE recebeu.

Ola
Fizemos uma manifestação pacífica hoje na NUCAN para protestar contra o aumento de mensalidade, tivemos uma boa adesão dos alunos, porém, a diretoria em um ato de desespero, através de um funcionário, para tentar impedir a manifestação, informou ao Belle (presidente do DRE da NUCAN) que sua Bolsa Estágio estava sendo cancelada.
Pergunto onde esta o Estado Democrático de Direito que nos ensinam na Faculdade e dizem que fazemos parte, voltamos a ditadura militar, em que ao menor sinal de protesto aos atos arbitrários de quem detêm o poder somos penalizados.
Não podemos permitir que isso se concretize, pois, estaremos sendo coniventes com esse absurdo e dando margem para que outros companheiros se afastem dos movimentos estudantis com medo de represálias.
Abraços
Hermes G. Araújo
Vice-presidente DRE-NUCAN

Ocupação do Galpão continua, e com programação

O DCE e os estudantes que estão ocupando o Galpão da UCS realizarão diversas atividades culturais e de debates.  O objetivo é socializar experiências e transformar o Galpão da UCS em um espaço de debate entre os acadêmicos e a comunidade. As atividades ocorrerão durante todo o final de semana. 

Estamos convidando, também, todos os estudantes para um almoço com os Movimentos Sociais que acontecerá no domingo, 02/11 às 12 horas, no Galpão da UCS.

Abaixo segue a agenda para o final de semana:

Contamos com a sua presença.

Sábado (01/11)
15 horas - Atividade de Formação sobre Movimento Estudantil
Responsáveis: Diretório Acadêmico Percy Vargas de Abreu e Lima e Pastoral da Juventude

19h30min - Vídeo Debate: "Hércules 56"
Responsável: DCE

Domingo (02/11)
10 horas - Debate: Juventude, Mídia e Propaganda
Responsável: Levante Popular da Juventude

12 horas - Almoço com os movimento sociais em apoio aos estudantes

15 horas - Apresentação de Teatro: "O Diabo e a Rosa"
Grupo Comunidade Theatral 
Local: Estacionamento do Restaurante Universitário (se chover será no Galpão da UCS)

16h30min: Oficina: Relações de Gênero e Relações de Poder
Responsável: Marcha Mundial de Mulheres

18 horas: Reunião do Coletivo de Mulheres Estudantes da UCS

Repressão e aumento de 6% marcam quinta-feira

Um dia para lembrar
O dia de ontem, 30/10, ficará na história da UCS como um dos mais tensos entre os estudantes e a UCS. Após as democráticas e pacíficas manifestações estudantis contra os aumentos das mensalidades, a reação da universidade foi com mão-de-ferro. Relembrando os tempos da ditadura a reitoria utilizou práticas de repressão contra o movimento estudantil.

De volta à repressão
Logo pela manhã os estudantes que estavam em vigília no Galpão da UCS foram surpreendidos pela Brigada Militar,
um oficial de justiça e o advogado da UCS, que vieram com o objetivo de retirá-los do local. Foram dadas duas opções: sair de forma amigável, ou seria utilizada força. Outro ato que lembrou os anos de chumbo foi  a demissão, por perseguição política, do presidente do Diretório Regional de Estudantes de Canela, Felipe Bellé, bolsista da UCS Canela. Felipe e os demais colegas de Canela realizaram um ato contra o aumento, na quarta-feira (29/10). Se não bastasse o prédio da reitoria estava fechado para os estudantes desde terça-feira (28/10). Todas as janelas estavam com correntes e cadeados. Todas as portas trancadas, e na única entrada possível estava guardada por seguranças.

Furando o cerco
A atitude antidemocrática que a UCS tomou causou revolta. Indignados, um grupo de estudantes, em uma ação ousada, conseguiu entrar no prédio da reitoria e se alojar no Gabinete do Reitor, que não estava em Caxias do Sul. Para sair, as exigências dos alunos eram quatro: a readmissão do presidente do DRE, a abertura do prédio da reitoria para acesso aos estudantes, a retirada do processo de reintegração do Galpão e o acesso do DCE à reunião do Conselho Diretor. Com a chegada do Reitor e depois de muita negociação os ocupantes conseguiram o cumprimento integral das exigências. Foi vencida a tentativa de criminalização dos estudantes.

Protesto estudantil marca reunião do Conselho Diretor

Para quem não estava ocupando o gabinete do reitor, o dia foi de bastante mobilização. Foram feitas muitas passagens em sala de aula, uma reunião almoço com os Diretórios Acadêmicos, no Galpão ocupado e a articulação de um ato para a reunião do Conselho Diretor, que aconteceria no final da tarde.

Este ato, de forma criativa, demonstrou a indignação com os atos ditatoriais tomados pela UCS. Dezenas de estudantes realizaram o enterro da democracia na UCS, com direito a cortejo fúnebre pela universidade.

Conselho Diretor reajusta as mensalidades em 6%

A reunião do Conselho Diretor da FUCS que definiu as mensalidades contou com a participação do DCE. Representantes da entidade puderam expôr suas reivindicações e argumentos para o não aumento durante mais de meia hora. Apesar de todos os esforços o Conselho Diretor não se sensibilizou com a situação dos acadêmicos e aprovou um índice de 6% de reajuste.
Mesmo não conseguindo o reajuste 0%, os estudantes ainda lutam para a conquista das outras reivindicações (Casa do Estudante, Creche Universitária, entre outras). Uma comissão de negociação entre os estudantes e a UCS foi constituída e a ocupação do Galpão continua por tempo indeterminado.

Quem é o Conselho Diretor:
João Paulo Reginatto - Presidente - CIC
Roberto Vitório Boniatti - Mitra Diocesana de Caxias do Sul
Isidoro Zorzi - Reitor
Marisa Virginia Formolo Dalla Vechia - MEC
Roque Maria Bocchese Grazziotin - MEC
Luciano Antônio Massoco - Gov. Estadual
Mária do Rosário Antoniazzi - Pref. Municipal
Ambrósio Bonalume - Hospital Fátima
Roberto Vitório Boniatti - Mitra Diocesana
Milton Corlatti - CIC
 

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Pedido de desculpas

O post abaixo está todo sem acentuação. Isso não é resultado de uma péssima educação básica da pessoa que redigiu o texto, mas consequência das condições onde, e como, ele foi escrito. Ao ocuparmos a sala do Reitor (ele não estava na UCS naquele momento) resolvemos enviar a informação o mais rápido possível para as nossas listas de contato, mídia e fazer essa publicação.
Apesar do laptop do Reitor estar na sala ele não estava com os acentos configurados. Isso tudo somado a situação de que estavamos tentando evitar que a polícia voltasse para retirar os estudantes que estavam em vigilia no Galpão e conseguirmos a recontratação do presidente do DRE de Canela (que havia sido demitido por liderar o ato naquela cidade), colocamos a notícia sem acentuação mesmo.

Estamos mantendo ela assim para que fique registrado o momento que passamos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

DCE esta ocupando a reitoria nesse momento

O Diretorio Central de Estudantes, neste exato momento, esta ocupando o gabinete do Reitor da UCS. A atitude da entidade e consequencia do pedido de reitegracao de posse que a FUCS pediu do Galpao da UCS, que serve como uma vigilia dos estudantes, desde o ato contra o aumento das mensalidades, ocorrido no dia 28 de outubro. O ato e a vigilia se tratam de atos legitimos, pacificos, protagonizados por estudantes da instituicao.

Esta atitude se soma a outras que lembram os tempos de repressao em nosso pais, dentre elas a demissao de liderancas estudantis e o fechamento do Bloco A para estudantes.

As exigencias para a desocupacao da reitoria sao:
1 - A readmissao imediata do Presidente do DRE de Canela, academico Felipe Belle, acompanhada de uma carta publica de retratacao;
2 - Abertura imediata do Bloco A para acesso de estudantes e da comunidade;
3 - Retirada do processo de reitegracao de posse do Galpao da UCS, assim como de qualquer processo de repressao a livre manifestacao dos estudantes;
4 - Participacao de representantes do DCE na reuniao do Conselho Diretor, que se realizara no dia de hoje, as 17 horas.

Vamos barrar esse aumento no Conselho Diretor

Hoje às 17 horas o Conselho Diretor da FUCS se reune para discutir o índice de reajuste votado pelo Consuni.

Os nove conselheiros podem escolher qualquer índice de reajuste. O DCE e os DAs farão uma apresentação da proposta no início da reunião do Conselho. 

Para garantir que o reajuste de 7,04% não seja referendado só com muita mobilização. Portanto estamos chamando os estudantes para uma concentração, em frente ao Bloco A, hoje às 17 horas.

Compareça, faça parte dessa luta você também.

7% de reajuste pode gerar demissões na UCS

O Conselho Universitário aprovou, na manhã do dia 29, um reajuste de 7% nas mensalidades. Esse índice é extremamente elevado e muitos estudantes não poderão arcar com essa despesa extra.

A decisão tomada pela reitoria e apoiada pela maioria dos membros do Consuni acarretará a diminuição do
número de disciplinas e até mesmo o trancamento de disciplinas.

A diminuição do número de alunos com certeza resultará na demissão de professores. Na UCS há uma
média de 20 alunos por professor, acreditamos que esse aumento resulte na saída de, pelo menos, 1000
estudantes, portanto faça as contas.Por isso esperamos que você, professor, se junte aos estudantes para garantia da manutenção dos estudantes e dos empregos da UCS.

Jogando contra o estudante

O Conselho Universitário, Consuni, tomou na manhã do dia 29 uma atitude lamentável. Por 30 votos a 2 definiram o índice de reajuste das mensalidades em 7,04%. 

Jogo de cartas marcadas

O Consuni é formado pelo Reitor, Vice-reitor, pró-reitores, diretores de centro, campi e núcleos, professores, estudantes e funcionários. Dos 35 membros somente 2 são estudantes e somente esses votaram contra o aumento.

Há muito tempo a comunidade universitária sabe que o Consuni não é um conselho democrático. De todos os seus membros, 21 são indicados pelo Reitor o que garante que qualquer proposta dele seja aprovada com grande maioria.

O Consuni jogou contra o estudante

O Consuni ignorou o grande ato, que na terça-feira reuniu cerca de 2 mil estudantes na universidade protestando contra o aumento e aprovou o índice de 7,04%. Essa decisão ignora a saúde financeira dos estudantes e prejudica a continuidade de seus cursos.

A luta continua

Após o ato o DCE e os DAs iniciaram uma vigília no Galpão da UCS. Agora nossa luta é no Conselho Diretor que se reune no dia 30 às 17 horas. Estaremos fazendo uma concentração no Bloco A para conversar com os Conselheiros. Apareça lá e junte-se a nós.

Quem votou a favor dos estudantes
David Orsi Carnizela -  DCE
Raquel Pereira Duarte - DCE

Quem votou contra os estudantes
José Carlos Avino - Vice-Reitor
João Ignacio Pires Lucas - Pró-Reitor
Nilva Lúcia Rech Stedile - Pró-Reitora
José Clemente Pozenato - Pró-Reitor
Alexandre Viecelli - Pró-Reitor
Gilberto Henrique Chissini - Pró-Reitor
José Carlos Köche - Sub-Reitor Carvi
Roberto Itacyr Mandelli - CCET
Roberto Radins - CECH
Jacob Hoffmann - CCEC
Paulo Eugênio Gedoz de Carvalho - CECS
Corina Michelon Dotti - CEFE
Aldo Zatti - CEAA
Nelson Vinicius Lopes Branchi - CCEA
Alindo Butzke - CCAB
Odacir Deonisio Gracioli - CENT/CARVI
Miguel Angelo Santin - CCSA/CARVI
Roseli Pertile Possamai - CCHE/CARVI
Homero Francisco Peixoto Camargo - CAMVA
Sergio Faoro Tieppo - NUCAN
Maristela Pedrini - NUGUA
Raul Bampi - NUFAR
José Reovaldo Oltramari - NUPRA e NUVER
Luciana Atti Serafini - Representante Professores
Marco Aurelio Bertolazzi - Representante Professores
Frederico Guilherme Zorzan - Representante Professores
Odete Bertuol -  AFFUCS
Normélio Zanotto - CIC/Caxias do Sul
Nestor José Caon - FERVI
Lino Antônio Jacques - APESCCS

Ausentes
Eunice Terezinha Ribeiro Chalela - CCJU
Clóvis José Assmann - NVALE

Isidoro Zorzi - Reitor (só vota em caso de empate)

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Carta ao Reitor

O documento abaixo foi entregue aos representantes da reitoria no ato do dia 28 de outubro.

O Diretório Central de Estudantes da UCS, gestão "Movimentação, exija o impossível! " tem por seu objetivo garantir o acesso a Universidade tornando-á democrática, plural e de acesso a todos e todas. A Educação Superior em nosso país passa por um novo momento, com diversos investimentos federais nas escolas públicas e também possibilitando parcerias com as universidades filantrópicas. A educação é um direito  que está garantido em nossa constituição e nós estudantes iremos demonstrar a todos e todas, que só com a luta e a nossa mobilização que o direito a educação seja respeitado em Caxias do Sul. A cada ano milhares de pessoas deixam de estudar ou desistem do seu sonho de cursar uma Universidade, o DCE tem ao longo da sua história a luta em defesa da educação pública e sempre foi parceiro para que muitas pessoas mantivessem o seu sonho e a esperança de se graduar um dia.  

Por outro lado temos a reitoria da Universidade de Caxias do Sul, esta argumenta que não pode diminuir a qualidade de ensino e por isso propõem um aumento em torno de 7%, nós estudantes somos os maiores interessados em termos uma melhor qualificação no ensino, na pesquisa e na extensão universitária. O argumento utilizado pela reitoria é falho e demonstra que o discurso utilizado nas eleições para reitor em 2006 era na verdade demagogia, na epóca o atual reitor afirmava que a UCS poderia inclusive ter políticas que diminuissem os custos das mensalidades na UCS. Nós estudantes entendemos que a UCS tem que buscar alternativas para incrementar a sua receita externa, atualmente os estudantes contribuem com quase 92% dos recursos arrecadados pela Instituição. A porcentagem arrecadada de outras receitas  para além da contribuição de nossas mensalidades diminuiu do ano passado para este ano, mostrando uma inversão do que o reitor afirmava durante a campanha para a reitoria da Universidade.

A Universidade de Caxias do Sul, passa por um momento importante de sua história, ao longo de seus 40 anos a UCS nunca esteve tão bem financeiramente, os números apresentados pela FUCS demonstram que as unidades da Fundação Universidade de Caxias do Sul ( FUCS) estão todas apresentando superávits.  Os chamados "vilões"  que nos anos anteriores consumiam a receita da UCS, não podem ser mais utilizados como argumento para o aumento de nossas mensalidades. Outro argumento ultilizado pela atual reitoria é de reposição da inflação em nossas mensalidades, a UCS ao longo da implantação do plano real (1995- 2007) aumentou nossas mensalidades 49,25% acima da inflação acumulada no mesmo período. Esta carga vem fazendo os estudantes penar para pagar ano após anos. Já esta na hora da Universidade ter uma ação efetiva para diminuição dos custos e corte dos cabides de emprego que ainda persistem na Universidade.

A Universidade de Caxias do Sul estará participando do edital de financiamento do BNDES voltado a instituições de ensino, este edital tem por objetivo qualificar as estruturas e melhorar as condições de ensino. O DCE é favorável que a UCS melhore as condições de ensino, mas entendemos também que é de extrema importância existirem políticas que busquem a permanência do estudante na Universidade e por isso até agora não entendemos qual a razão que reitoria não enviou junto ao pacote de empréstimo de mais de 50 milhões de reais, um projeto de construção da Casa do Estudante.  A UCS é uma universidade regional, participa de diversos programas de intercâmbios e aderiu ao PROUNI e até agora não apresenta política de assistência estudantil que facilite a permanência deste estudantes em Caxias do Sul e também a conclusão de seus cursos.

O indíce de reajuste do ano anterior foi de 3,9 % graças a mobilização dos estudantes, que lutaram para garantir os descontos de 20% nas licenciaturas e impedir um aumento abusivo nas nossas mensalidades. Com o indíce de 3,9% de reajuste em nossas mensalidades a UCS até o mês de agosto tinha acúmulado um saldo de 5 milhões de reais, e investido na instituição 11 milhões. Lembramos que a proposta inicial da reitoria era reajustar em 6,1% nossas mensalidades e assim daria condições de investimento no ano de 11 milhões no ano, ou seja, até agora a UCS com um reajuste muito menor conseguiu investir o que previa e irá investir ainda mais até o final do ano.

Para além disso não queremos ficar apenas discutindo qual será o melhor reajuste para os estudantes, mas queremos qualificar a Intituição e buscar alternativas para que os estudantes possam acessar e pemanecer na Universidade. No ano passado com a ocupação da reitoria garantimos algumas questões que estavam sendo ameaçadas de corte por esta reitoria, neste ano queremos avançar nas políticas da Universidade e por isso propomos algumas questões para debate na comunidade regional. Para quem está a serviço a Universidade de Caxias ? Qual o papel social que a UCS deve desempenhar na busca de um desenvolvimento integrado e sustentável? Por isso o DCE vem a público solicitar as seguintes reivindicações da comunidade acadêmica e movimentos sociais.

- Reajuste de 0% em nossas mensalidades.

- Realização do Congresso Estatuinte da UCS, aprovado pelo CONSUNI, garantia de paridade nas categorias e eleição direta para reitor.

- Construção da Casa do Estudante, através de financiamento do BNDES.

- Ampliação da Creche Universitária para filhos/as de estudantes.

- Desconto nas mensalidades para estudantes que cursarem mais de 12 créditos.

- Ampliação da política de descontos nas mensalidades de estudantes de Campi e núcleos.

- Realização das obras apontadas pelo Orçamento Universitário.

-Adequação a nova lei dos estagios, inclusive na bolsa trabalho da UCS.

-Buscar realizar parceria com a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul ( UERGS), para realização de vestibular.

-Incentivo a implantação e cooperação tecnológica com o Instituto Federal de Ensino e Tecnologia ( IFET).

-Ampliação da política de descontos de 20% para as licenciaturas, desconto  conquistado em 2006 e bandeira histórica do movimento estudantil

- Elaboração de um plano de Assistência estudantil com orçamento específico, com a construção de um espaço que se preocupe e implemente a assistência aos estudantes, aproximando os estudantes, Das e DCEs;

-Regularização do conselho gestor do Hospital Geral, garantido a participação de estudantes e professores.  Reformulação da gestão acadêmica no Hospital Geral. Garantia da manutenção do hospital continuar 100 % SUS !

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A noite de 28 de outubro de 2008 ficará marcada na história da Universidade de Caxias do Sul. Aproximadamente dois mil estudantes deram a tônica do ato contra o aumento de mensalidades. DCE, DAs e movimentos sociais (MTD, Marcha mundial de mulheres, Sindiserv, Sindicanto dos Metalúrgicos e o Movimento Hip Hop.) se manifestaram em uníssono, reivindicando ações em prol aos estudantes: 0% de reajuste das mensalidades, Casa do Estudante e Creche universitária.

O ato pacífico iniciou no Centro Cívico da Universidade. Em grande grupo, os estudantes passaram nos blocos M, H, E, F, J, 58, G e V, convidando os colegas a integrarem o movimento, e acabaram o grande ato no Bloco A (reitoria). O reitor não estava presente e foi representado pelos pró-reitores de Administração (Prof. Gilberto Henrique Chissini), Graduação (Profª. Nilva Lúcia Rech Stédile) e Planejamento (Prof. João Ignácio Pires Lucas), além do prefeito da Cidade Universitária, Prof. José Carlos Monteiro.
Após a leitura das reivindicações dos estudantes, o prof. João Ignácio Pires Lucas fez o uso da palavra, manifestou-se, elogiando o ato, além de garantir que as reivindicações serão levadas ao reitor da universidade.

Os estudantes, após a manifestação defronte ao bloco A, dirigiram-se ao Galpão Crioulo da universidade, onde ficarão em vigília por tempo indeterminado. Na quarta-feira pela manhã haverá outra manifestação. Às 9 horas, na sala de conselhos do Bloco A, haverá uma reunião do Conselho Universitário. Nesta reunião, será definido o percentual de reajuste das mensalidades que será levado ao Conselho Diretor da FUCS.