O dia de ontem, 30/10, ficará na história da UCS como um dos mais tensos entre os estudantes e a UCS. Após as democráticas e pacíficas manifestações estudantis contra os aumentos das mensalidades, a reação da universidade foi com mão-de-ferro. Relembrando os tempos da ditadura a reitoria utilizou práticas de repressão contra o movimento estudantil.
De volta à repressão
Logo pela manhã os estudantes que estavam em vigília no Galpão da UCS foram surpreendidos pela Brigada Militar, um oficial de justiça e o advogado da UCS, que vieram com o objetivo de retirá-los do local. Foram dadas duas opções: sair de forma amigável, ou seria utilizada força. Outro ato que lembrou os anos de chumbo foi a demissão, por perseguição política, do presidente do Diretório Regional de Estudantes de Canela, Felipe Bellé, bolsista da UCS Canela. Felipe e os demais colegas de Canela realizaram um ato contra o aumento, na quarta-feira (29/10). Se não bastasse o prédio da reitoria estava fechado para os estudantes desde terça-feira (28/10). Todas as janelas estavam com correntes e cadeados. Todas as portas trancadas, e na única entrada possível estava guardada por seguranças.
Furando o cerco
A atitude antidemocrática que a UCS tomou causou revolta. Indignados, um grupo de estudantes, em uma ação ousada, conseguiu entrar no prédio da reitoria e se alojar no Gabinete do Reitor, que não estava em Caxias do Sul. Para sair, as exigências dos alunos eram quatro: a readmissão do presidente do DRE, a abertura do prédio da reitoria para acesso aos estudantes, a retirada do processo de reintegração do Galpão e o acesso do DCE à reunião do Conselho Diretor. Com a chegada do Reitor e depois de muita negociação os ocupantes conseguiram o cumprimento integral das exigências. Foi vencida a tentativa de criminalização dos estudantes.
Protesto estudantil marca reunião do Conselho Diretor
Para quem não estava ocupando o gabinete do reitor, o dia foi de bastante mobilização. Foram feitas muitas passagens em sala de aula, uma reunião almoço com os Diretórios Acadêmicos, no Galpão ocupado e a articulação de um ato para a reunião do Conselho Diretor, que aconteceria no final da tarde.
Este ato, de forma criativa, demonstrou a indignação com os atos ditatoriais tomados pela UCS. Dezenas de estudantes realizaram o enterro da democracia na UCS, com direito a cortejo fúnebre pela universidade.
Conselho Diretor reajusta as mensalidades em 6%
A reunião do Conselho Diretor da FUCS que definiu as mensalidades contou com a participação do DCE. Representantes da entidade puderam expôr suas reivindicações e argumentos para o não aumento durante mais de meia hora. Apesar de todos os esforços o Conselho Diretor não se sensibilizou com a situação dos acadêmicos e aprovou um índice de 6% de reajuste. Mesmo não conseguindo o reajuste 0%, os estudantes ainda lutam para a conquista das outras reivindicações (Casa do Estudante, Creche Universitária, entre outras). Uma comissão de negociação entre os estudantes e a UCS foi constituída e a ocupação do Galpão continua por tempo indeterminado. Quem é o Conselho Diretor: João Paulo Reginatto - Presidente - CICRoberto Vitório Boniatti - Mitra Diocesana de Caxias do Sul Isidoro Zorzi - Reitor Marisa Virginia Formolo Dalla Vechia - MEC Roque Maria Bocchese Grazziotin - MEC Luciano Antônio Massoco - Gov. Estadual Mária do Rosário Antoniazzi - Pref. Municipal Ambrósio Bonalume - Hospital Fátima Roberto Vitório Boniatti - Mitra Diocesana Milton Corlatti - CIC |
Um comentário:
Parabéns ao DCE...
Apesar da repressão e de mais uma atitude radical e ridicula da universidade que pagamos...acho que seria bom informar ao conselho diretor, qual é a principal renda da universidade...sem os alunos..nada se concretiza...
Abraços
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