sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Moção de Apoio aos Estudantes da UCS

Ao Estudantes da Universidade de Caxias do Sul 

O Diretório Acadêmico da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (DAFF-UFRGS) manifesta seu apoio ao Diretório Acadêmico Gustavo Éboli de Farmácia (DAGEFAR), ao Diretório Central de Estudantes da Universidade de Caxias do Sul (DCE-UCS) e aos Estudantes de uma forma geral, no que diz respeito à luta pelo não aumento das mensalidades e à ocupação da reitoria da UCS. Compreendemos que todas as reivindicações apresentadas pelos Estudantes da UCS para desocupação da reitoria são justas e estritamente necessárias para a democracia dentro das universidades. No mesmo sentido, nossa posição é de que todo e qualquer aumento de custos financeiros aos Alunos deve ser suspenso até que os estudantes tenham participação democrática ampla e representativa assegurada nos mecanismos e orgãos de planejamento e tomada de decisões das universidades. O DAFF-UFRGS é solidário a estas causas dos Estudantes da UCS, torce pelo sucesso de suas lutas pacíficas e coloca-se à disposição para auxiliar com o que for possível. 

DAFF-UFRGS

Uma semana de luta

Os estudantes da UCS deram uma demonstração de força em 2008. Há oito dias, ocuparam o Galpão da UCS em uma vigília para tentar barrar o aumento das mensalidades. A ocupação é um ato extremo como também era extremo a falta de compromisso da Universidade para com as reivindicações dos acadêmicos. Durante um ano o DCE reuniu com a reitoria, tentou compor comissões e em nenhum momento essas discussões resultaram em avanços, muito antes pelo contrário, a Reitoria usou da sua gigantesca maioria nos conselhos para empurrar goela abaixo sua política.
Cansados dessa situação os estudantes protagonizaram um grande ato no dia 28 de outubro. A UCS parou no turno da noite. Uma manifestação, que chegou a mobilizar 2.000 estudantes, percorreu todos os blocos da universidade dialogando com os estudantes, que muitas vezes constrangidos pelos professores, continuavam em sala de aula. O resultado da mobilização foi o término das aulas no turno da noite e uma grande concentração na frente da reitoria, onde foi entregue um manifesto com as reivindicações dos estudantes.
Mas já sabíamos que a Reitoria não levaria a sério as reivindicações, portanto, foi necessária uma atitude mais extremada que foi a retomada do Galpão para uso dos estudantes e, nesse lugar, realizar uma vigília como forma de pressionar os conselheiros do Consuni (Conselho Universitário) e do Conselho Diretor.
A reunião do Consuni mostrou-se um jogo de cartas marcadas. Só foram apresentados os números que justificavam o aumento por pressão dos dois conselhos estudantis. Ao resto dos conselheiros coube o constrangedor papel de ficar em silêncio. Em um conselho composto majoritariamente por membros indicados pelo Reitor (21 dos 35) o resultado final já era esperado. Por 30 votos a 2 o reajuste de 7,04% seria enviado ao Conselho Diretor. O mais decepcionante foi a insensibilidade dos conselheiros para com as reivindicações. Pareceu que as aulas não foram interrompidas na noite anterior, pela ausência dos estudantes em sala.
No dia seguinte uma nova atitude da Reitoria nos deixou indignados. Os estudantes que estavam em vigília no Galpão da UCS foram surpreendidos pela Brigada Militar, um oficial de justiça e o advogado da UCS, que vieram com o objetivo de retirá-los do local. Foram dadas duas opções: sair de forma amigável, ou seria utilizada força. Outro ato que lembrou os anos de chumbo foi  a demissão, por perseguição política, do presidente do Diretório Regional de Estudantes de Canela, Felipe Bellé, bolsista da UCS Canela. Felipe e os demais colegas de Canela realizaram um ato contra o aumento, na quarta-feira (29/10). Se não bastasse o prédio da reitoria estava fechado para os estudantes desde terça-feira (28/10). Todas as janelas estavam com correntes e cadeados. Todas as portas trancadas, e na única entrada possível estava guardada por seguranças.
A atitude antidemocrática que a UCS tomou causou revolta. Indignados, um grupo de estudantes, em uma ação ousada, conseguiu entrar no prédio da reitoria e se alojar no Gabinete do Reitor, que não estava em Caxias do Sul. Para sair, as exigências dos alunos eram quatro: a readmissão do presidente do DRE, a abertura do prédio da reitoria para acesso aos estudantes, a retirada do processo de reintegração do Galpão e o acesso do DCE à reunião do Conselho Diretor. Com a chegada do Reitor e depois de muita negociação os ocupantes conseguiram o cumprimento integral das exigências. Foi vencida a tentativa de criminalização dos estudantes.
Para quem não estava ocupando o gabinete do reitor, o dia foi de bastante mobilização. Foram feitas muitas passagens em sala de aula, uma reunião almoço com os Diretórios Acadêmicos, no Galpão ocupado e a articulação de um ato para a reunião do Conselho Diretor, que aconteceria no final da tarde. Este ato, de forma criativa, demonstrou a indignação com os atos ditatoriais tomados pela UCS. Dezenas de estudantes realizaram o enterro da democracia na UCS, com direito a cortejo fúnebre pela universidade. 
Mas o Conselho Diretor mostrou-se indiferente às manifestações e aprovou um índice de 6% de reajuste. O reajuste é menor do que o proposto, abaixo da inflação, mas mesmo assim longe das expectativas dos acadêmicos.
A pauta econômica estava vencida. As mensalidades foram reajustadas. Cabia agora a mobilização para as outras reivindicações. Para isso foi constituída uma comissão com três integrantes dos estudantes e três da Reitoria. Durante todo o final de semana foram realizados debates e outras atividades de integração, transformando o Galpão novamente em um espaço de integração.
Agora chegamos ao momento de avaliar o processo todo. Não podemos dizer que foi extremamente vitorioso, mas também não foi uma derrota total. A força de mobilização dos estudantes mostrou a reitoria que ela não pode mais ignorar a nossa voz. Mostrou também que não toleraremos a criminalização do movimento estudantil, nem de qualquer outro movimento. Deixou evidente que o Consuni e o Conselho Diretor são conselhos que não representam anseios do conjunto da comunidade universitária.
O DCE e os DAs saem da vigília no Galpão da UCS e das manifestações com uma pauta que não esgota com o reajuste das mensalidades. Essa pauta contém prioritariamente, mas não somente:
- Construção da Casa do Estudante;
- Ampliação da Creche Universitária, principalmente para atendimento dos filhos e filhas das estudantes;
- Nova forma de gestão do Galpão da UCS com sua reabertura para as atividades dos DAs;
- Fim das perseguições às lideranças estudantis;
- Realização imediata do Congresso Estatuinte para a reforma dos Conselhos da UCS e FUCS;
- Ampliação da política de descontos nas mensalidades;
- Adequação da UCS a nova lei dos estágios;
- Elaboração de um plano de assistência estudantil com recursos próprios;
- Continuidade do grupo de discussão sobre inadimplentes;
- Revisão dos contratos do Seguro Educacional.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

DCE discutirá com os DAs o futuro da ocupação

Uma reunião que acontecerá amanhã, 5/11, às 18 horas discutirá os rumos da ocupação do Galpão da UCS. 

Há uma semana os estudantes ocuparam o Galpão para realizar uma vigília contra o aumento das mensalidades. Três atitudes, que lembraram os tempos da ditadura, tomadas pela UCS fizeram a ocupação se estender. Como a UCS tentou desocupar o Galpão com o uso da força (pedido de reitegração e o uso da polícia), demitiu o presidente de DRE de Canela (que liderou um ato na quarta-feira passada) e não permitia a entrada de estudantes no Bloco A, decidiu-se permanecer ocupando o local mesmo após a definição do índice de reajuste pelo Conselho Diretor da FUCS.

Nessa quarta feira os Diretórios Acadêmicos e o DCE discutirão o que fazer daqui para frente. Será feito um relato da primeira reunião da comissão de negociação e discutir um calendário de lutas para 2008 e 2009. Esse calendário deverá constar mobilização em prol da Casa do Estudante, da Creche Universitária, Congresso Estatuínte,  descontos para os cursos de licenciatura entre outros.

sábado, 1 de novembro de 2008

Repressão na UCS

Transcrevemos abaixo um e-mail enviado pelo vice-presidente do DRE (Diretório Regional de Estudantes) do Núcleo de Canela, Hermes Araújo. Nele ele faz um pequeno relato sobre o ato que aconteceu na quarta-feira e a ameaça de demissão que o presidente do DRE recebeu.

Ola
Fizemos uma manifestação pacífica hoje na NUCAN para protestar contra o aumento de mensalidade, tivemos uma boa adesão dos alunos, porém, a diretoria em um ato de desespero, através de um funcionário, para tentar impedir a manifestação, informou ao Belle (presidente do DRE da NUCAN) que sua Bolsa Estágio estava sendo cancelada.
Pergunto onde esta o Estado Democrático de Direito que nos ensinam na Faculdade e dizem que fazemos parte, voltamos a ditadura militar, em que ao menor sinal de protesto aos atos arbitrários de quem detêm o poder somos penalizados.
Não podemos permitir que isso se concretize, pois, estaremos sendo coniventes com esse absurdo e dando margem para que outros companheiros se afastem dos movimentos estudantis com medo de represálias.
Abraços
Hermes G. Araújo
Vice-presidente DRE-NUCAN

Ocupação do Galpão continua, e com programação

O DCE e os estudantes que estão ocupando o Galpão da UCS realizarão diversas atividades culturais e de debates.  O objetivo é socializar experiências e transformar o Galpão da UCS em um espaço de debate entre os acadêmicos e a comunidade. As atividades ocorrerão durante todo o final de semana. 

Estamos convidando, também, todos os estudantes para um almoço com os Movimentos Sociais que acontecerá no domingo, 02/11 às 12 horas, no Galpão da UCS.

Abaixo segue a agenda para o final de semana:

Contamos com a sua presença.

Sábado (01/11)
15 horas - Atividade de Formação sobre Movimento Estudantil
Responsáveis: Diretório Acadêmico Percy Vargas de Abreu e Lima e Pastoral da Juventude

19h30min - Vídeo Debate: "Hércules 56"
Responsável: DCE

Domingo (02/11)
10 horas - Debate: Juventude, Mídia e Propaganda
Responsável: Levante Popular da Juventude

12 horas - Almoço com os movimento sociais em apoio aos estudantes

15 horas - Apresentação de Teatro: "O Diabo e a Rosa"
Grupo Comunidade Theatral 
Local: Estacionamento do Restaurante Universitário (se chover será no Galpão da UCS)

16h30min: Oficina: Relações de Gênero e Relações de Poder
Responsável: Marcha Mundial de Mulheres

18 horas: Reunião do Coletivo de Mulheres Estudantes da UCS

Repressão e aumento de 6% marcam quinta-feira

Um dia para lembrar
O dia de ontem, 30/10, ficará na história da UCS como um dos mais tensos entre os estudantes e a UCS. Após as democráticas e pacíficas manifestações estudantis contra os aumentos das mensalidades, a reação da universidade foi com mão-de-ferro. Relembrando os tempos da ditadura a reitoria utilizou práticas de repressão contra o movimento estudantil.

De volta à repressão
Logo pela manhã os estudantes que estavam em vigília no Galpão da UCS foram surpreendidos pela Brigada Militar,
um oficial de justiça e o advogado da UCS, que vieram com o objetivo de retirá-los do local. Foram dadas duas opções: sair de forma amigável, ou seria utilizada força. Outro ato que lembrou os anos de chumbo foi  a demissão, por perseguição política, do presidente do Diretório Regional de Estudantes de Canela, Felipe Bellé, bolsista da UCS Canela. Felipe e os demais colegas de Canela realizaram um ato contra o aumento, na quarta-feira (29/10). Se não bastasse o prédio da reitoria estava fechado para os estudantes desde terça-feira (28/10). Todas as janelas estavam com correntes e cadeados. Todas as portas trancadas, e na única entrada possível estava guardada por seguranças.

Furando o cerco
A atitude antidemocrática que a UCS tomou causou revolta. Indignados, um grupo de estudantes, em uma ação ousada, conseguiu entrar no prédio da reitoria e se alojar no Gabinete do Reitor, que não estava em Caxias do Sul. Para sair, as exigências dos alunos eram quatro: a readmissão do presidente do DRE, a abertura do prédio da reitoria para acesso aos estudantes, a retirada do processo de reintegração do Galpão e o acesso do DCE à reunião do Conselho Diretor. Com a chegada do Reitor e depois de muita negociação os ocupantes conseguiram o cumprimento integral das exigências. Foi vencida a tentativa de criminalização dos estudantes.

Protesto estudantil marca reunião do Conselho Diretor

Para quem não estava ocupando o gabinete do reitor, o dia foi de bastante mobilização. Foram feitas muitas passagens em sala de aula, uma reunião almoço com os Diretórios Acadêmicos, no Galpão ocupado e a articulação de um ato para a reunião do Conselho Diretor, que aconteceria no final da tarde.

Este ato, de forma criativa, demonstrou a indignação com os atos ditatoriais tomados pela UCS. Dezenas de estudantes realizaram o enterro da democracia na UCS, com direito a cortejo fúnebre pela universidade.

Conselho Diretor reajusta as mensalidades em 6%

A reunião do Conselho Diretor da FUCS que definiu as mensalidades contou com a participação do DCE. Representantes da entidade puderam expôr suas reivindicações e argumentos para o não aumento durante mais de meia hora. Apesar de todos os esforços o Conselho Diretor não se sensibilizou com a situação dos acadêmicos e aprovou um índice de 6% de reajuste.
Mesmo não conseguindo o reajuste 0%, os estudantes ainda lutam para a conquista das outras reivindicações (Casa do Estudante, Creche Universitária, entre outras). Uma comissão de negociação entre os estudantes e a UCS foi constituída e a ocupação do Galpão continua por tempo indeterminado.

Quem é o Conselho Diretor:
João Paulo Reginatto - Presidente - CIC
Roberto Vitório Boniatti - Mitra Diocesana de Caxias do Sul
Isidoro Zorzi - Reitor
Marisa Virginia Formolo Dalla Vechia - MEC
Roque Maria Bocchese Grazziotin - MEC
Luciano Antônio Massoco - Gov. Estadual
Mária do Rosário Antoniazzi - Pref. Municipal
Ambrósio Bonalume - Hospital Fátima
Roberto Vitório Boniatti - Mitra Diocesana
Milton Corlatti - CIC